Tratamento de câncer não pode esperar

Em tempos de coronavírus e de tantas incertezas, uma certeza se sobressai: o tratamento de câncer não pode esperar.

Conforme aponta o oncologista clínico Bruno Ferrari, o tempo é decisivo em muitas condutas. Na pandemia que parou o mundo, a evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas nos próximos meses. Os oncologistas estão na linha de frente da luta contra o câncer e agora, como todos, travamos a batalha mundial contra o novo coronavírus.

O câncer é a segunda doença que mais mata no mundo e no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta quarta-feira (8), Dia Mundial de Combate ao Câncer, há apreensão e dúvidas diante de um cenário pouco conhecido. Mas há certezas inegociáveis. O câncer não espera. Nem três meses, nem duas semanas. O paciente não pode esperar. São 625 mil novos casos ao ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e 18 milhões no mundo, de acordo com a OMS. Hoje, 43,8 milhões de pessoas vivem os cinco anos de prevalência do câncer, e 1,3 milhão delas estão no Brasil.

Os tratamentos oncológicos não devem ser interrompidos. A atenção para a doença ser detectada precocemente não pode ser descuidada. O adiamento de cirurgias e de exames diagnósticos pode afetar chances de cura.

Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas. É preciso que cada paciente discuta com seu oncologista benefícios e riscos de manter ou adiar procedimentos. Condutas devem ser individualizadas. Se houver diagnóstico de Covid-19, o tratamento da infecção será priorizado. Mas o mantra é: converse com seu médico.

Além disso, é importante pontuar que os planos de saúde não podem negar o tratamento de câncer e muito menos atrasar autorizações sob pretexto de priorizarem o combate à pandemia. O paciente deve ficar atento a negativas abusivas e, se entender necessário, deve buscar auxílio de um advogado especialista em planos de saúde para orientação.

O advogado Luciano Brandão, especializado em direito da saúde, destaca que o Judiciário está funcionando normalmente neste período de pandemia para atender questões urgentes envolvendo a saúde, como por exemplo o tratamento de câncer de pacientes que sofram negativas ou interrupções no tratamento.

Assim, negativas de cobertura de medicamentos, cirurgias ou exames urgentes podem ser questionadas rapidamente por meio de uma liminar contra o plano de saúde.

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Este momento de pandemia é bastante sério e precisa ser combatido, mas não se pode esquecer dos pacientes que sofrem todos os dias em razão de outras centenas de doenças e precisam igualmente ter o seu direito à saúde preservado. O câncer não espera.

 

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