Plano de saúde aumenta o triplo da inflação em três anos

Mesmo com inflação sob controle, o custo do plano de saúde aumenta o triplo da inflação em três anos, é o que revelam os dados do setor.

Durante três anos seguidos o índice de inflação esteve abaixo do centro da meta ou bem perto do patamar fixado pelo governo. Nesta sexta-feira, o IBGE informou que o IPCA de 2019 foi de 4,31%. Porém, os preços sob controle nos últimos anos não evitaram que dois itens com forte peso no orçamento familiar tivessem altas expressivas: planos de saúde e mensalidades escolares.

Nos planos de saúde, a alta desde 2017 foi mais que o triplo da inflação: 36,61%, contra 11,41%.

Se a carne foi o vilão da inflação em 2019 — com alta de 18% — educação e saúde têm pressionado o orçamento das brasileiros nos últimos anos. É um padrão que se repete desde 2012, com esses itens subindo acima da média. A única exceção foi 2015, quando o IPCA subiu 10,67 e os reajustes escolares ficaram um pouco abaixo, 9,17%.

Nem mesmo a recessão econômica que atingiu o país entre 2014 e 2017 e o elevado desemprego foram capazes de frear a tendência de que o plano de saúde aumenta acima da inflação, onerando o orçamento da classe média em famílias de diferentes perfis — para quem tem idosos, planos de saúde pesa mais, nos domicílios com crianças, a educação ganha importância.

Diante deste cenário, muitas famílias tem sido levadas a cancelar o plano de saúde ou trocar a modalidade do convênio médico por um mais básico para economizar (downgrade).

Diante de aumentos abusivos do plano de saúde, no entanto, estas são medidas extremas que devem ser adotadas apenas em último caso, pois em muitas situações os aumentos são abusivos e podem ser questionados judicialmente pelo beneficiário.

Na dúvida, antes de qualquer decisão, é recomendável que se busque a orientação de um advogado especialista em planos de saúde, que poderá avaliar a pertinência do aumento do plano de saúde e, se necessário, tomar as medidas cabíveis para afastar reajustes indevidos.

No caso dos planos de saúde, os reajustes fixados pela ANS valem apenas para planos individuais, que respondem por cerca de um terço do mercado. Nos planos coletivos, cujos reajustes não são regulados, não há um levantamento sobre a média do percentuais. Mas os aumentos têm ficado acima de 10% e, em 2019, houve relatos de altas de até 70%, o que tem levado muitos beneficiários a recorrerem à Justiça.

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Portanto, diante de um aumento abusivo e injustificado, seja ele anual ou por mudança de faixa etária, o usuário deve buscar orientação especializada a fim de encontrar a melhor alternativa.

 

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