Ana Maria Braga tem câncer de pulmão: o que é o adenocarcinoma?

Foi divulgado nesta segunda-feira que a apresentadora Ana Maria Braga tem câncer de pulmão.  A notícia foi dada pela própria apresentadora em seu programa na Rede Globo:

Infelizmente, fui diagnosticada com outro câncer de pulmão. É um adenocarcinoma, o nome científico dele, semelhante aos outros, mas que é mais agressivo e não é passível de cirurgia ou de radioterapia.

A notícia de que Ana Maria Braga tem câncer de pulmão infelizmente não é novidade. Trata-se do terceiro tumor de pulmão que ela tem em menos de cinco anos. A apresentadora também teve câncer de pele, em 1991, e colorretal, em 2001.

Por se tratar de uma pessoa famosa, o anúncio chama a atenção para a doença, muitas vezes desconhecida do grande público, mas que afeta um número considerável de pacientes.

O que é o adenocarcinoma de pulmão?

A oncologista e coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Werlang Schorn, explica que há dois grandes grupos de câncer de pulmão: o de pequenas células e o de não pequenas células. O adenocarcinoma faz parte de uma subclassificação do segundo grupo.

Apesar de ser um tipo comum de câncer de pulmão, conforme explicou Schorn, esta não é uma doença exclusiva de fumantes ou ex-fumantes. Porém, a especialista explica: mesmo em estado avançado da doença, a expectativa de vida é muito maior do que há anos.

Carlos Henrique Teixeira, coordenador da oncologia torácica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que “O fato de ser um adenocarcinoma por si só não o torna mais agressivo. O grande problema, como em qualquer outro câncer, é a extensão da doença. Às vezes, a lesão não é tão grande assim, mas se está em alguns pontos que inviabilizam uma cirurgia”.

Como é o tratamento para adenocarcinoma de pulmão

O câncer de pulmão, quando é localizado, é curável com cirurgia. A cirurgia, chamada de lobectomia, é um tratamento local que consiste na remoção da lesão cancerígena.

A retirada total do pulmão (pneumectomia) ocorre em pouquíssimos casos, pois prejudica muito a capacidade respiratória do paciente, afirma Teixeira.

Quando não é possível realizar esse procedimento, os médicos optam pelo tratamento medicamentoso.

“A quimioterapia tem uma ação mais genérica, mata a célula que está se multiplicando rápido. A gente sabe que o tumor tem algumas proteínas que o fazem ficar invisível para sistema imunológico. Com a imunoterapia, o medicamento se liga a essas proteínas e o tumor fica visível para o sistema imunológico”, acrescenta a médica, Milena Mak, oncologista da Rede D’Or e do grupo de oncologia torácica e câncer de cabeça e pescoço do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

Patrícia Schorn destaca que “Mesmo que a doença esteja avançada e disseminada, temos um prognóstico ou expectativa de vida muito maior do que se tinha há um tempo“. Isso porque hoje há o que se chama de medicina de precisão — que significa realizar uma biópsia do tumor, e a partir disso escolher um tratamento proporcional e específico para ele. “Medicina de precisão nada mais é do que buscar um achado dentro de um tumor e tratar esse achado. A gente age de forma muito precisa, controlando a alteração gênica que o tumor tem“, completou.

Para Daniel Marques, a imunoterapia também é um grande fator revolucionário da medicina para ajudar no tratamento.  “O adeno é capaz de ter uma ‘capa invisível’ e nosso sistema imunológico não consegue reconhecer como uma célula ruim. A imunoterapia nada mais é do que tirar essa capa invisível e deixar nosso sistema muito mais ativo. A combinação de imunoterapia com a quimioterapia tem trazido resultados excelentes“.

Teixeira destaca que o tratamento contra o câncer de pulmão evoluiu significativamente na última década.

A gente, em geral, dizia para esses pacientes que tentaríamos um controle, por um tempo difícil de determinar, mas que a cura era um processo mais difícil de se atingir. Agora, com a imunoterapia, alguns pacientes têm conseguido um controle de longo prazo. Como é um tratamento recente, em alguns até desaparece a doença e começamos a pensar sim na possibilidade de cura, ainda remota, mas cada vez mais vislumbrada.”

Plano de saúde cobre o tratamento para câncer de pulmão

Diante do diagnóstico, a dúvida que surge entre pacientes é se o plano de saúde é obrigado a cobrir o tratamento para câncer de pulmã e a resposta é positiva.

Diante da indicação médica, exames, procedimentos e medicamentos devem ser cobertos pelos planos de saúde. Em caso de negativa, é altamente recomendável que o paciente busque orientação jurídica de um advogado especialista em plano de saúde, pois na enorme maioria dos casos, as negativas são indevidas e podem ser revertidas judicialmente.

Em caso de negativa de cobertura de tratamento pelo plano de saúde, recorrer à via judicial muitas vezes é o caminho mais rápido e efetivo para garantir o acesso ao tratamento prescrito.

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Em resumo, diante de um diagnóstico, o paciente deve ficar atento a seus direitos a fim de que tenha garantido o acesso ao tratamento conforme indicação médica e sem restrições.

 

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Fonte: com informações do Portal R7 e Correio Braziliense